uhlein apostila de sedimentologia e petrologia sedimentar - v2

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  • 8/16/2019 UHLEIN Apostila de Sedimentologia e Petrologia Sedimentar - V2

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

    INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

    DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA

    SEDIMENTOLOGIA EPETROLOGIA SEDIMENTAR

    Código da disciplina – GEL 019  

    Prof. Alexandre Uhlein

    Guilherme Labaki Suckau

    Júlio Carlos Destro Sanglard

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    SUMÁRIO

    01 – Origem e natureza das rochas sedimentares...........................................................................03

    02 – Importância das rochas sedimentares......................................................................................05

    03 – Intemperismo e o ciclo sedimentar............................................................................................06

    04 – O ciclo sedimentar: erosão, transporte e deposição.................................................................07

    05 – Tipos de transporte sedimentar.................................................................................................0906 – Textura de rochas sedimentares...............................................................................................10

    07 – Classificação das rochas sedimentares....................................................................................16

    7.1 Rochas terrígenas / siliciclásticas.........................................................................................17

    7.2 Rochas carbonáticas............................................................................................................23

    7.3 Rochas evaporíticas.............................................................................................................29

    7.4 Rochas ricas em ferro: formação ferrífera (bif).....................................................................32

    7.5 Sedimentos silicosos............................................................................................................34

    08 – Tipos de bacias sedimentares...................................................................................................35

    8.1 Introdução: tectônica de placas............................................................................................36

    8.2 Classificação das bacias sedimentares:

    Margens divergentes, convergentes e intraplacas..............................................................37

    09 – Transporte e estruturas sedimentares......................................................................................39

    10 – Estruturas sedimentares............................................................................................................44

    10.1 Estruturas erosionais..........................................................................................................44

    10.2 Estruturas sindeposicionais................................................................................................44

    10.3 Estruturas pós-deposicionais.............................................................................................50

    11 – Geometria e mudança lateral de fácies em depósitos sedimentares. Noção de fácies............5212 – Ambientes de sedimentação e fácies sedimentares.................................................................54

    12.1 Leque aluvial......................................................................................................................58

    12.2 Ambiente fluvial..................................................................................................................59

    12.3 Ambiente desértico.............................................................................................................64

    12.4 Ambiente lacustre...............................................................................................................67

    12.5 Ambiente glacial.................................................................................................................71

    12.6 Ambiente deltáico...............................................................................................................77

    12.7 Ambientes costeiros (litorâneos)........................................................................................85

    12.8 Ambiente marinho raso (plataformal).................................................................................93

    12.9 Ambiente marinho profundo (leque submarino).................................................................98

    12.10 Ambientes de sedimentação de carbonatos..................................................................102

    13 – Mineralogia de rochas sedimentares......................................................................................104

    14 – Diagênese...............................................................................................................................105

    15 – Petrologia Sedimentar: uma introdução..................................................................................108

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    01. ORIGEM E NATUREZA DAS ROCHAS SEDIMETARES 

    1 - Rochas detríticas, clásticas, siliciclásticas.

    2 – Rochas químicas / bioquímicas

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    Faça uma comparação entre os dois modelos para formação de rochas

    sedimentares.

    Compare, em especial, os seguintes aspectos:

    1. Relevo da área fonte;

    2. Mecanismo de transporte;

    3. Mecanismos de sedimentação;

    4. Produto gerado na bacia sedimentar.

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    02. IMPORTÂNCIA DAS ROCHAS SEDIMENTARES

    1- Recursos minerais energéticos:

    petróleo, carvão, gás.

    2- Argilominerais (caolinita, ilita, bentonita, montmorilonita):

    tijolos, telhas, cerâmica, lama de perfuração.

    3- Rocha de revestimento e construção civil, como rocha ornamental:

    arenitos, calcários.

    4- Produção de cimentos (concreto):

    calcário + gipsita + argilomineral.

    5- Areia:

    construção civil, indústria do vidro.

    6- Ouro, diamante, gemas (pedras semi-preciosas):

    cascalhos de rios e conglomerados.

    7- Minerais químicos e fertilizantes:

    Evaporitos (NaCl, sulfatos, KCl, S) paraprodução de remédios e produtos químicos.Fosforito (apatita sedimentar)   Fósforo (P) para fertilizantes

    8- Extração de ferro (jaspilito/itabirito) e manganês sedimentares;

    9- Extração (lavra) de sulfetos (Pb-Zn) em arenitos/calcários.

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    03. INTEMPERISMO E O CICLO SEDIMENTAR

    1 - Conceito:  intemperismo é um conjunto de modificações de ordem física

    (desagregação) e química (decomposição) que as rochas sofrem ao aflorarem na

    superfície da Terra.

    Produtos do Ciclo Sedimentar:

    Intemperismo:-rocha alterada

    -solo

      ErosãoTransporte

    Sedimentação

      Aplainamentodo relevo

    2 - Fatores que influem no intemperismo:

    •  Clima – variação de temperatura e distribuição das chuvas;

    •  Relevo – regime de infiltração das águas;

    •  Cobertura vegetal – matéria orgânica para reações químicas;

    •  Tipo de rocha;

    •  Tempo geológico;

    3 – Tipos de Intemperismo:

    •  Físico  – desagregação da rocha em partículas. Variações de temperatura,

    congelamento de água em fissuras, cristalização de sais, formação de juntas de

    alívio, raiz.

    •  Químico  – ação de água da chuva (pH ácido) que infiltra nas rochas. Provoca

    reações de hidratação, dissolução, hidrólise e oxidação dos minerais das rochas.

    H2O + CO2  H2CO3  (reduz o pH das águas subterrâneas – SOLVENTE)

    Componentes solúveis são retirados em solução, Na, K,Ca, Mg, Si – Soluto.Formam-se argilominerais.Componentes insolúveis (óxidos Fé/Al) ficam retidos nosolo

    4 – Intemperismo e o ciclo sedimentar

    Estabilidade tectônica

    + cobertura vegetal  Intemperismo químico

    (lixiviação) 

    Sedimentosquímicos em bacias

    marinhas

    LEIA MAIS:1. Decifrando a Terra, cap. 8, pg. 139 a 165. 2. Geologia Sedimentar, cap. 2, pg. 11 a 22.

    Mudança climáticae/ou tectônica (semcobertura vegetal)

      Intemperismo físico(erosão física)

     

    Sedimentos clásticos,conglomerados e

    arenitos em baciassedimetars

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    04. O CICLO SEDIMENTAR: EROSÃO, TRANSPORTE E DEPOSIÇÃO 

    1 – Agentes geológicos que operam na superfície da Terra

    Rios, ventos,geleiras, águassuperficial esubterrânea;

    Ondas, marés ecorrentesoceânicas

    2 – Ciclo sedimentar: erosão, transporte e sedimentação.

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    3 – Erosão Desgaste da superfície da Terra por processos físicos, químicos e biológicos. Remoção dedetritos.Tipos de erosão: pluvial, fluvial, marinha, eólica, glacial.

    4 – TransporteCarreamento ou remoção dos produtos do intemperismo e da erosão.Movimentos de massa (fluxos gravitacionais), ação da água (chuva e rios), ação do vento,

    geleiras, ondas, marés, correntes marítimas.

    Fluxo fluido(baixa viscosidade)

    Mecânico (grãos)

    Tipos Químico (soluto)Íons em solução

    Fluxo denso(alta viscosidade)

    5 – Deposição / sedimentaçãoNoção de bacia sedimentar e do nível de base (nível do mar)

    Acumulação de partículas minerais em meio subaquoso ou subaéreo.Tipos (1) diminuição da velocidade da corrente e ação da gravidade

    sobre sólidos granulares (areia, silte, etc.)(2) variação de parâmetros químicos (pH, Eh, solubilidade) eatividade orgânica sobre íons, em meio aquoso.

    LEIA MAIS:1. Decifrando a Terra, cap. 9, pg. 167 a 190. 2. Geologia Sedimentar, cap. 3, pg. 23 a 42. 3. Para entender a Terra, cap. 8. pg. 195-224. 

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    05. TIPOS DE TRANSPORTE SEDIMENTAR 1 - Fluxo de baixa viscosidade

    Mecanismo de transporte em função da granulometria, densidade e morfometria.

    Ex: Rios, ondas,

    marés, vento.

    2 - Fluxo denso / alta viscosidade

    Grande concentração de sedimentos, com maior coesão e atrito.

      Declives (encostas e taludes); 

      Deposição com diminuição do gradiente;

      Caráter episódico.

    Tipos de fluxos densos:

    •  Escorregamento e deslizamento;

    •  Fluxo de lama e detritos;

    Fluxo laminar devido à alta viscosidade.

    Matriz pelítica sustenta os clastos grosseiros.

    •  Corrente de turbidez;

    Água e sedimentos com alta turbulência.

    Arraste SaltaçãoRolamento

    Suspensão(argila)

    Resistência

    Forçapeso

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    06. TEXTURAS DE ROCHAS SEDIMENTARES 

    Textura é um elemento descritivo das rochas sedimentares, importante na

    classificação da rocha, interpretação do mecanismo deposicional e ambiente. Permite

    inferir relação entre porosidade e permeabilidade.

    1 – Granulometria 

    Fundamental para rochas detríticas (Φ  dapartícula sedimentar).

    Utiliza-se a escala granulométrica de Wentworth

    (1922) para sedimentos terrígenos. No caso de

    calcários, dolomitos e evaporitos, mede-se o tamanho

    dos cristais.

    A granulometria reflete a energia hidráulica do

    ambiente.

    Denominação da partícula Diâmetro em mm

    Matacão (boulder) > 256

    Calhau (cobble) 64 - 256

    Seixo (pebble) 4 - 64Cascalho

    Grânulo (granule) 2 - 4

    Areia (sand) 1/16 (0,062) – 2

    Silte (silt) 1/265 (0,004) –1/16 (0,062) 

    Argila (clay) < 1/256 (0,004) 

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    2 – Seleção 

    Significa a redução do tamanho dos grãos ao longo do transporte e uma

    conseqüente homogeneização granulométrica, formando um sedimento com puçás

    classes granulométricas.

    Estimativa visual

    da SELEÇÃO

    A – Histograma de composição granulométrica

    de um sedimento mal selecionado, com 11

    classes texturais.B   – Histograma de um sedimento bem

    selecionado.

    3 – Morfologia do grão 

    Forma  – razões entre os eixos longos, intermediário e curto.

    Esfericidade  – relação entre a forma do grão e uma esfera.

    Arredondamento   – Curvatura das arestas do grão. Reflete o tempo/distância dotransporte.

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    Esfericidade e arredondamento:

    Em geral, quanto maior o transporte sedimentar melhor o índice de esfericidade earredondamento.

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    4 – Maturidade textural 

    O grau de seleção, arredondamento e conteúdo de matriz indicam a maturidade

    textural. Exemplos:

    * Arenito imaturo  – pobremente selecionado, grãos angulares, alguma matriz.

    * Arenito maturo   – bem selecionado, grãos arredondados, poucas classes

    granulométricas, não possui matriz.

    A maturidade de um sedimento detrítico é uma medida do quanto o sedimento foi

    intemperizado, transportado e retrabalhado, até atingir o produto final. Para um arenito, o

    produto final ideal é a areia quartzosa pura.

    Maturidade

    ESTÁGIO DE MATURIDADE (arenitos, ruditos)

    IMATURO SUB MATURO MATURO

    Maturidademineralógica

    Vários minerais,especialmentefeldspato, mica,fragmentos de

    rocha

    Quartzo abundante,mas outros minerais(argila, feldsp., mica,

    etc) tambémpresentes

    Quartzo puro,outros minerais

    raros ou ausentes

    Pouco selecionado;muitas classesgranulométricas

    Areia + muito silte eargila ou

    conglomerado dequartzo

    Excelente seleção;somente classe

    areiaMaturidadetextural

    Fragmentosangulosos

    Grãos iniciando oarredondamento

    Arredondamentoexcelente

    BrechaConglomeradoArcósio

    Conglomerado de qzo

    Arenito lítico Arenito impuro Quartzo arenitoExemplos

    Grauvaca

    Exemplos:  Relevo íngrime e próximo com erosão rápida sedimento imaturo

    Relevo moderado e plano sedimento maturo

    - Relação entre textura, estrutura da bacia e geometria do litossoma (sedimento):

    1. Subsidência rápida e deposição rápida, forte levantamento na área fonte, forte

    subsidência, com espessa acumulação.

    Ex: fanglomerados de borda de bacia continental; “flysch” de geossinclíneos;

    molassa proximal.

    2. Subsidência lenta e deposição lenta.

    Ex: arenitos em forma de lençol, maturos (depósitos eólicos de bacia intracratônica).

    Mineralógica

    Textural

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    Conglomerado com a frabricsuportada pela matriz.

    5 – Cor - Informa sobre litologia, ambiente de sedimentação e diagênese.

    Depende de fatores mineralógicos/geoquímicos como estado de oxidação do ferro e

    conteúdo de matéria orgânica.

    Cores

    Cores primárias: branca, cinza, preta, verde. Cores secundárias: vermelho, amarelo, castanho. 

    Cor branca: sedimento puro, sem Fé e Mn;

    Cor cinza/preta: matéria orgânica;

    Cor vermelha/amarelada: hidróxidos de ferro (intemperismo);

    Cor verde: minerais com Fe++ = clorita, glauconita.

    6 – Fabric sedimentar  - Refere-se ao arranjo dos grãos no sedimento, como orientação

    de clastos (imbricação) e empacotamento (predomínio de matriz ou arcabouço).

    Compactação mecânica

    Grãos rígidos, mais ou menos esféricos, produzem

    empacotamento aberto com arranjo cúbico.

    Devido à compactação por soterramento forma-se

    um empacotamento fechado, com arranjo

    romboédrico entre os grãos detríticos.

    Tipos de contatos entre os grãos:

    Evolução diagenética

    do sedimento

    Primárias (soterramento)

    Secundárias (intemperismo)

    Foto de ortoconglomerado.Arcabouço auto-suportado

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    7 – Porosidade e Permeabilidade 

    Porosidade é a porcentagem de espaços vazios da rocha, quando comparada comseu volume total.

    Importante na prospecção de petróleo, gás e água subterrânea.

    Primária IntergranularTipos Secundária Fraturamento (tectônico

    Cárstica (dissolução)

    Fatores que influem na porosidade primária:

    •  Porosidade aumenta com a diminuição da granulometria;•  Porosidade aumenta com o grau de seleção;•  Porosidade diminui quando aumenta o grau de arredondamento e esfericidade;•  Porosidade diminui quanto maior a compactação e cimentação;

    Areia 35-50%  Arenito 10-20%

    Permeabilidade é a propriedade que permite a passagem de fluidos através de uma

    rocha.

    Fatores que favorecem a permeabilidade:

    •  Permeabilidade aumenta com o aumento da granulometria e grau de seleção;•  Esfericidade e empacotamento dos grãos.

    Tabela com Φ da partícula / volume de poros e permeabilidade:

    LEIA MAIS1. Decifrando a Terra, cap. 9, pg. 168-179 e cap. 14, pg. 292-301.2. Geologia Sedimentar, cap. 5, pg. 57-83.3. Sgarbi, G.N.C, 2007. Rochas Sedimentares. In: Petrografia macroscópica das rochas

    ígneas, sedimentares e metamórficas. Sgarbi, G.N.C (Organizador). Editora da UFMG,pg.273-446.

    MATERIAL Φ PART. mm POROSIDADE % PERMEABILIDADECascalho 7 a 20 35 Muito alta

    Areia grossa 1 a 2 37 AltaAreia fina 0,3 42 MédiaSilte/argila 0,04 a 0,006 50 a 80 Baixa/muito baixa

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    07. CLASSIFICAÇÃO DE ROCHAS SEDIMENTARES Origem sedimentar

    •  presença de estratificação•  presença de estruturas sedimentares•  presença de fósseis•  presença de grãos/clastos (transporte)•  minerais sedimentares (glauconita, chamosita)

    4 grupos principais:Rochas terrígenas

    (siliciclásticas)Rochas bioquímicasBiogênicas/orgânicas

    Precipitadosquímicos

    Vulcanoclásticas

    Ruditos conglom.,brechas

    ArenitosLutitos (Pelitos)

    Calcários/dolomitosCherts

    Fosforitos

    JaspilitosEvaporitos

    LaharsArenitos tufáceos

    1 – Rochas terrígenas (clásticas/siliciclásticas) ou detríticas.São constituídas por grãos detríticos (quartzo, feldspatos, argilo-minerais e

    fragmentos de rocha) que incluem ruditos (psefitos), arenitos (psamitos) e lutitos (pelitos).Ruditos Clastos grandes conglomerado

    (s.,b.,m.) brechacom ou sem matriz

    Psamitos(arenitos)

    grãos entre 2,0–0,062mm c/ estratificação eestruturas sedimentares

    Lutitos(pelitos)

    grão fino < 0,062mm e constituído porargilo-minerais e quartzo (tamanhosilte)

    2 – Bioquímicas / biogênicas e orgânicas Calcários → >50% CaCO3 e reagem com HCl → fósseis.Dolomitos → >50% CaMgCO3 e não reagem com HCl frio.Cherts→ rocha silicosa, microcristalina.

    Fosforitos→

     fragmentos e/ou nódulos fosfáticos de granulometria variável.Sedimentos orgânicos: turfa → linhito → carvão (teor de C)

    3 – Precipitados químicosSedimento formado por precipitação de íons dissolvidos na água, por alteração no

    pH, Eh, solubilidade.Evaporitos → gipsita, anidrita, halita, silvinita, carnalita.

    São formados por precipitação química a partir da evaporação da águasalgada.

    Jaspilitos→ sedimentos químicos com chert + hidróxidos de ferro.

    4 – Sedimentos vulcanoclásticos

    São compostos por material vulcânico (fragmentos de lavas, vidro vulcânico,cristais) e material epiclástico (quartzo, argilo-minerais).Lahars → avalanche de material piroclástico no flanco de vulcões.

    LEIA MAIS1. Geologia Sedimentar, cap. 7, pg. 161-204.2. Decifrando a Terra, cap. 14, pg. 286-304.3. FOLK,1980. Petrology of Sedimentari Rocks.4. TUCKER, 1981. Sedimentary Petrology: an introduction.5. Sgarbi, G.N.C, 2007. Rochas Sedimentares. In: Petrografia macroscópica das rochas

    ígneas, sedimentares e metamórficas. Sgarbi, G.N.C (Organizador). Editora da UFMG,pg.273-446.

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    7.1 – Rochas terrígenas / siliciclásticas

    Mineralogia:

    Quartzo (35 a 50%) CalcitaFeldspatos (5 a 15%) Opala, calcedôniaFragmentos de rochas (5 a 15%) Minerais autigênicosArgilo-minerais (25 a 35%) Sulfatos (gipsita, barita)Mineraispesados (0,5%)

    Granulometria:

    Componentes das rochas terrígenas

    1 – Arcabouço – fração clástica principal, que dá nome à rocha.2 – Matriz – material clástico mais fino (intersticial).3 – Cimento – material precipitado (ortoquímico) formado em estagio

    diagenético (pós-deposicional).

    Classificação das rochas terrígenas

    1 – Textural (granulometria) RUDITO (Psefito)ARENITO (Psamito)LUTITO (Pelito)

    Proporção de matriz, arredondamento.

    2 – Mineralógico (proporção QFL –quartzo, feldspato, fragmentosrochas)

    Qzo-arenitoArenito feldspático(arcósio)Arenito lítico

    Diversidade composicional

    3 – Geométrico (estrutura sedimentar) Fissilidade → folhelhoRitmicidade → ritmito

    Existem, também, termos intermediários em relação a granulometria. Ex:  70% areia + 30% silte/argila → arenito lutáceo  70% silte/argila + 30% areia → pelito arenoso

    Existem, também, termos intermediários entre rochas detríticas e químicas

    (FOLK, 1968). Ex:componentes terrígenos (T)quartzo, feldspato, argilo-mineraiscomp. aloquímicos (Alo)oólitos, fósseis, intraclastoscomp. ortoquímicos (O)calcita microcristalina, espática

    Diagrama triangular para classificação geraldas rochas sedimentares

    CASCALHOS

    MatacãoCalhausSeixos

    Grânulos

    >256mm256 – 64mm

    64 – 4mm4 – 2mm

    AREIAS2 – 161 mm

    (0,062)

    SILTE 161  - 2561 mm

    (0,004)ARGILA < 0,004mm

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    7.1.1– Ruditos >2mmGranulometria maior que areia → Arcabouçogrânulo, seixo, calhau, matacão.

    Forma, tipo depende rocha fontepetrologia mecanismo de transporte

    ambiente de sedimentação

    Quantidade de matriz: conglomerado suportado pelo clasto → ORTO

    conglomerado suportado pela matriz → PARA

    Arredondamento dos clastos do arcabouço Conglomerado

    BrechaPetrofábrica: clastos imbricados (orientação do eixo maior do seixo).

    Estratificação em conglomerados pode ser observada em função de:

    Geometria de corpos conglomeráticos•  Leque – forma de cunha, próximo de escarpas.

    •  Lenticular – preenche paleocanal (descontínuos).

    •  Forma em lençol – pouco espessos e contínuos

    1) Mudança no tamanhoe/ou composição dosclastos;2) Mudança na seleçãogranulométrica.

    Arredondamento dosseixos é um bom índicedo grau de maturidade doconglomerado.Seixos de abrasão eólica→ ventifactosFaces estriadas → glacial

    Alguns padrões de petrofábrica de seixos em cascalhos e conglomerados: (A) eixo maior longitudinal àcorrente em planta e imbricado em perfil. (B) eixo maior transversal à corrente e imbricado em perfil. (C) semqualquer orientação preferencial.

    O mecanismo detransporte define se osclastos serão orientadosou não. 

    Estrutura organizada

    Estrutura desorganizada

    Camadas c/ e s/ estratif. gradacionais em depósitos de conglomerados.

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    Tipos de conglomerados

    Classificação baseada na textura, composição mineralógica ou ambiente(ex: conglomerado glacial, fluvial, etc.)

    Ortoconglomerado: predomina clasto oligomíticoareia grossa polimíticocimento.

    Paraconglomerado

    (Lamito conglomerático)Diamictito

    predomina matriz (silto/argilosa) com seixos e calhaus

    dispersos, polimítico.

    Brechasintraformacionais:

    Retrabalhamento fragmentos de argilito/folhelhode material recém em matriz arenosadepositado. intraclastos carbonáticos

    Aglomerados(conglomeradospiroclásticos) e brechasvulcânicas

    Matriz rica em vidro vulcânico.

    7.1.2– Arenitos Areias litificadas (2 – 0,062mm) 

    Rocha-fonte

    Resíduos deprocessosintempéricossuperficiais

    transporte Deposiçãode areias

    LitificaçãoTransformaçõesdiagenéticas

    (compactação,cimentação)

    ARENITO

    Eliminação de minerais instáveis;Concentração de minerais estáveis;Reconstrução de proveniência, tectônica, clima, tipo de transporte, tempo e duração dotransporte, ambiente deposicional, condições físico-químicas dadiagênese.

    Petrologia de arenitos: 

    •  Mineralogia: minerais detríticos e químicos (cimento).•  Textura: arredondamento, granulometria, seleção.•  Estruturas sedimentares: indicam processos deposicionais  Estruturas de correntes estratificação cruzada

    (hidrodinâmicas) marca onduladamarca de solaestratificação gradacional

      Estruturas deformacionaisSobrecarga, escape de fluidos, etc.

      Estruturas biogênicasPistas, pegadas e tubos → atividade orgânica, icnofósseis

      Estruturas químicasConcreções

    Arenitos→ rochas estratificadas

    Lâmina – menor estrato visível(

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    Classificação petrográfica dos arenitos

    Maturidade de arenitosMaturidade física (textural)→ remoção da matriz grãos / matriz

    química (mineralógica) → razão qzo / feldspato

    Maturidade → transporte

      Redução ehomogeneidade

    granulométrica

      Arredondamento

      Redução e eliminação

    de minerais instáveis

    FOLK (1968)Quantidades de• Qzo (%)• Feldspatos – F• Fragmentos líticos – R

    Razão F/R

    Fonte: Suguio, 2003. Geologia Sedimentar.

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    Descrição de arenitos mais freqüentes

    A) Arenito ortoquartzítico (Qzo-arenitos)>95% grãos de quartzoAlto grau de arredondamento, excelenteseleção granulométricaMaturidade textural e mineralógicaGeralmente marinhos – origem multicíclica

    B) Arenitos feldspáticos (arcoseanos)>25% grãos de feldspatos e placas micasdetríticasSeleção pobre; arredondamento variávelColoração róseaDeposição rápida próximo da fonte granítica.

    C) Arenito lítico>25% grãos de fragmentos de rochas(sedimentares/metamórficas/vulcânicas)Pouca ou nenhuma matriz

    D) Wackes (grauvacas)Arenitos de cor cinza, ricos em matrizargilosa (>10%)Mal selecionadaArcabouço:

    quartzo, feldspatos, fragmentos líticos.Grãos angulosos com pouca seleção.

    Vários estádios de maturidade textural, segundo Folk (1951).

    Relação entre

    maturidade e

    ambientedeposicional

    Fonte: Su uio, 2003. Geolo ia Sedimentar.

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    7.1.3– Lutitos (Pelitos) 

    Folhelho é o mais abundante microscópioGranulometria muito fina SILTE (0,062-0,004) Raio-X

    ARGILA (

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    7.2 – Rochas Carbonáticas

    Ocorrência: 25 a 35% das seções estratigráficas em bacias sedimentares

    Carbonatos

    CalcitaDolomita

      rocha química bioconstruídos  rocha bioquímica, edifícios bioinduzidos  rocha clástica (calcirrudito, calcarenito)  cimento de rochas detríticas

    7.2.1 – Sedimentos carbonáticos modernos

    Ambiente marinho de água rasa

    Ex: Bahamas – Flórida, Atóis – Oceano Pacífico, Costa oeste da Austrália

    Principais ambientespara sedimentação decarbonatos de água rasa

    Platô submerso de

    700 x 300 km com

    10m de lâmina

    d’água

    Constituição: areias calcárias,

    esqueletos e oólitos

     lama calcária,

    recifes (biohermas)

    Carbonatos marinhosde águas profundas  Turbiditos  Depósitos pelágicosSão VASASGastrópodes (3.600mde prof.) e globigerina(foraminíferos ± 2000m)Em água profunda oCaCO3 fica dissolvido.

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    Carbonatos de bacias evaporíticas (forte salinidade)Associação com sulfatos (gipsita, anidrita) e cloretos.Caliche – solos endurecidos por precipitação de CaCO3 nos interstícios → 

    clima árido / semi-árido

    Carbonatos de água doce (lacustres)Marga (calcário argiloso) → ambiente lacustreTravertino – calcário comum em cavernas

    7.2.2 – Mineralogia

      Calcita / Aragonita (CaCO3) → precipitação direta Aragonita → CalcitaTransformações diagenéticasMudança sist. cristalino – neomorfismo

      Dolomita – CaMg(CO3)2Gerada por substituição diagenética: entrada de fluidos Mg+2 

      Siderita (FeCO3) e anquerita Ca(Mg,Fe)(CO3)2 → carbonatos emSedimentos ferríferos.

      Magnesita (MgCO3)

    calcedônia (quartzo microcristalino)  Sílica quartzo, feldspatos autigênicosargilo-minerais: ilita, glauconita

      Sulfatos → gipsita e anidrita (CaSO4)  Fosfatos → colofano: fragmentos fosfáticos  Sulfetos → pirita, blenda (Zn), galena (Pb)  Óxidos → hematita

    7.2.3 – Classificação químico-mineralógica

    7.2.4 – TexturaGranulação dos cristaisRecristalização diagenética, com obliteração da textura primária.

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    7.2.5 – Componentes principais das rochas carbonáticas

    AloquímicosOólitos (2mm), c/ estrutura internaBioclastos (fósseis) – materiais esqueletais, algas,

    Foraminíferos, corais, braquiópodes, etc.Intraclastos – fragmentos de sedimentos carbonáticosPellets – partículas pequenas (até 0,1mm), ovóides,

    sem estrutura interna

    Ortoquímicos

    Micrito – calcita microcristalinaTípica de calcários afaníticos (calcilutitos)Águas tranqüilas – vasa / lama calcáriaMatriz deposicional ou singenética

    Calcita espática – calcita cristalina grosseira (0,02 a0,1 mm), com limites entre cristais. Ocorre comocimento, que preenche espaços porosos e interstíciosentre oólitos, fósseis, intraclastos e pellets.

    Classificação de calcários e comparação com rochas terrígenas. As proporções de lama e cimentoespático indicam o grau de seleção ou energia da corrente do ambiente deposicional.  

    Fonte: Su uio, 2003. Geolo ia Sedimentar.

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    7.2.6 – Estrutura dos carbonatos•  Calcários clásticos

    Estratificações e laminações cruzadas, marcas onduladas•  Estruturas de crescimento

    Biohermas → edifícios preservados com estruturas de crescimento. Ex:estromatólitos  Edifícios bioconstruídos → organismos (corais e algas vermelhas)

    formadores que deixaram carapaças. Recife  Edifícios bioinduzidos → construções calcárias (fosfáticas) formadas pelo

    metabolismo fotossintetizante de cianobactérias

    •  Estruturas químicas (pós-deposicionais)Nódulos, estilólitos, cone em cone.

    7.2.7 – Classificação das rochas carbonáticas  Calcários aloquímicos espáticos → componentes aloquímicos com cimento de

    calcita espática: (intraclastos, oólitos, fósseis, pellets) + calcita espáticaRocha bem selecionada

      Calcários aloquímicos microcristalinos → componentes aloquímicos com matriz delama calcária (micrito). 

      Calcários microcristalinos → consistem apenas de vasa microcristalina (micrito). 

    Fonte: Su uio, 2003. Geolo ia Sedimentar.

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    7.2.8 – Texturas e nomenclatura de calcários 

    Componentes aloquímicos  Oólitos (< 2mm) e pisólitos (>2mm):

    fragmentos esferoidais, com estrutura

    concêntrica e núcleo.

      Bioclastos (fósseis): restos orgânicos

    fragmentados (algas, foraminíferos, esponjas,

    corais, etc.).

      Intraclastos: fragmentos líticos calcários.

    Pellets: partículas pequenas (até 0,1mm),ovóides, calcíticas, sem estrutura interna. 

    Componentes ortoquímicos calcita microcristalina < 0,050mm

    Calcita espática (0,02 a 0,1mm)

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    7.3 – Evaporitos (Rochas Evaporíticas)

    Conceito: são rochas formadas pela evaporação de uma massa de água ou da água

    contida nos sedimentos.

    Sais contidos na água do mar (média)

    Cl- 19.400 ppm Ca++ 410 ppmNa+ 10.500 ppm K+ 390 ppm 

    SO4-- 2.600 ppm SiO2  2 ppm Mg+1 1.300 ppm 

    Princípios fundamentais

    1 – As fácies obedecem uma ordem de precipitação:

    os menos solúveis primeiro

    CARBONATOS SULFATOS CLORETOS

    Anidrita Halita, Silvita,

    Gipsita Carnalita, Taquidrita

    2 – Uma bacia evaporítica sempre sofre refluxo, controlado pelo

    abaixamento e levantamento do nível do mar.

    3 – Fatores complicadores da seqüência ideal:

      grande número de elementos traços no resíduo de água do mar → 

    mineralogia complexa.

      reações pós-deposicionais entre os sais precipitados e águas conatas

    trapeadas.

      influxo e refluxo (retorno de salmouras para o mar aberto e não precipitandpa seqüência de topo).

    OBS – Evaporitos constituem importante fonte mineral para a indústria química.

    São desconhecidos no Pré-Cambriano, provavelmente devido a fragilidade e

    dificuldade de preservação.

    Evaporitos constituem fonte de:

    sal (Na,Cl)

    gipsita, anidrita; enxofre nativo; K, Mg, Br, I, Rb, Sr.

    Gipsita deposita diretamente da água do mar (CaSO4.2H2O), mas a anidrita é omais comum mineral em sedimentos evaporíticos.

    Assim, acredita-se que gipsita é primário e anidrita (secundário → desidratação pós-

    deposicional).

    Anidrita CaSO4; Halita NaCl; Carnalita KMgCl3.6H2O;

    Silvita KCl; Taquidrita Ca0,5MgCl3.6H2O

    .

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    Exemplos de grandes bacias evaporíticas:

    Saskatchewan, Zechstein, Paradox, Amazonas.

    A Lagoa de Kara Bogas é o único exemplar atual de deposição evaporítica em

    grande escala e talvez o único depósito de carnalita.

    BACIAS MÚLTIPLAS – São bacias interconectadas, com várias barreiras.

    Ex.: Proto – Atlântico Sul

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    7.4 – Rochas sedimentares ricas em ferro: jaspilitos e formação ferríferabandada (bif)

    Minerais (Fe) – principais minerais com ferro e ocorrência

    Magnetita (Fe3O4) – rochas ígneas, metamórficas

    Hematita (Fe2O3) – rochas sedimentares (itabiritos)

    Goethita (FeO.OH) – produto do intemperismo (lateritas)

    Siderita (FeCO3) – formações ferríferas

    Pirita (FeS2) – ocorrência variada

    Chamosita (Mg,Fe)3 Fe3 (AlSi3) O10 (OH)6 – formação ferrífera, ironstone

    Grande demanda crescente de aço no mundo. Em 1950 a produção foi de 270m ton.  e em

    1980, em torno de 750m ton.

    Maiores produtores: URSS, Brasil, Austrália, China.

    7.4.1 – Classificação dos depósitos de ferro

    1 – Magmáticos (Kiruna – Suécia)

    2 – Pirometassomáticos (Iron Springs – E.U.A.)

    3 – Depósitos sedimentares (2 tipos principais):

      Formações ferríferas (BIF) com itabiritos + hematita

    Ex: Lago Superior (EUA) Hamersley (Austrália)

    Labrador (Canadá) Transvaal (África do Sul)

    Krivoi Rog (URSS) Q. Ferrífero, Serra dos Carajás (Brasil).

      Ironstone: oólitos de limonita, hematita ou chamosita em matriz ferruginosa. Idade:

    Fanerozóico

    7.4.2 – Ciclo sedimentar do ferro: Fonte, transporte e deposição.

    Fonte: erosão continental

    Atividade vulcânica (exalações submarinas)

    Transporte:

      como atividade hidrotermal: Cl-, SO4--, CO3

    -- 

      em solução: lixiviação do Fe

    II

    nos minerais e transporte em solução por águassubterrâneas neutras a ácidas (pH

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    Depósitos sedimentares de ferro são compostos de óxidos, carbonatos, silicatos e sulfetos

    7.4.3 – Principais tipos de depósitos de ferro sedimentar

    Formação ferrífera (BIF) → sedimento químico, bandado ou laminado, contendo

    no mínimo 15% de ferro de origem sedimentar, com camadas de chert.

    Tipos ALGOMA → associado a rochas vulcânicas, em “greenstone belts”

    SUPERIOR → associado a rochas sedimentares (Prot. Inf.)

    Itabirito é a fácies óxido de uma formação ferrífera bandada metamorfizada.

    Jaspilito é o sedimento original, não metamorfico.

    Gênese controvertida:

    erosão do continente

    A) Fonte do ferro vulcanismo submarino

    “Up-welling” de águas do mar

    erosão do continente = clima diferente

    B) Fonte da sílica vulcanismo ácido

    Atividade biológica c/ sílica de origem vulcânica

    C) Estrutura bandada

      Precipitação conjunta de hidróxido de ferro e sílica da água do mar

    (bandamento é diagenético). 

      Precipitação alternada de sílica e ferro a partir de emanações

    vulcânicas. 

      Variação sazonal de sílica e ferro. 

      Substituição diagenética de calcários. 

    Ironstones→ minério de ferro oolítico.Camadas intercaladas em folhelhos, arenitos e calcários, com hematita – chamosita

     – siderita e textura oolítica. TIPOS Clinton (Siluriano – EUA)

    Minete (Mesozóico –Europa,

    principalmente na Inglaterra)

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    7.5 – Sedimentos Silicosos

    Existem três principais:

      diatomitos

      porcelanitos

      silexitos / chert

    Diatomitos→ Acumulação de carapaças de diatomáceas (algas).

    Organismos planctônicos de mares de águas frias / lagos de

    água doce. Idade: Mesozóico → Recente.

    Porcelanitos → Mistura de argila com sílica (opala)

    cor cinza/ preto, com matéria orgânica

    Rocha porosa, leve, com textura de porcelana vitrificada.

    Formada por acumulação de vasas de radiolários /diatomácease intercalada com folhelhos e margas.

    Silexito (chert) → quartzo micro a criptocristalino com rara impureza de argilo-

    minerais, calcita, hematita, que não ultrapassam 10%

    Ocorrência: concreções em calcários / arenitos;

    interestratificada com folhelhos e margas.

    Origem do sílex / chert:1) Precipitação química → origem singenética / química

    sílica coloidal precipita em pH ácido;

    2) Bioquímica → origem singenética bioquímica, com acumulação de

    carapaças silicosas de diatomáceas e radiolários;

    3) Silicificação diagenética (pós – deposicional) → migração de fluidos

    silicosos diagenéticos.

    Ex:

    dissolução do quartzo detrítico em pH alcalino; sílica dissolvida nofluido diagenético; precipitação na forma de sílica coloidal em pH

    ácido.

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    08. TIPOS DE BACIAS SEDIMENTARES 

    Bacias em Margens Divergentes

    RifteFalhas normais.Sedimentos continentais na basee marinhos no topo.Vulcanismo localizado.

    Margem passiva (rifte oceânico) Rifte evoluído com crostaoceânica, sedimentação deltáica emarinha rasa / profunda.Domos de sal e plataformacarbonática.

    Bacias em Margens Convergentes

    2 – Bacia atrás do arco1 – Bacia na frente do arco(forearc)Sedimento água profunda na basepassando para água rasa no topo.Vulcanismo freqüente.Arenito lítico / wacke.Alto gradiente geotermal. 

    COLISÃO CONTINENTAL1 – Bacia foreland (tardi a pós-

    orogênica)Sedimentos de ambiente marinho

    raso a continental derivados da

    erosão da cadeia de montanhas

    (área orogênica). 

    Bacias Intraplaca (Cratônicas)

    Ovais ou circulares, sobre crostacontinental.

    Espessura de 3 a 5 km, comsedimentação relacionada avariações do nível do mar(transgressões e regressões).

    LEIA MAIS:1. Para entender a Terra, cap. 2. pg. 47-73.2. Origem e Evolução das Bacias Sedimentares (1990), cap. 1, 3 e 4. pg. 49-74 e pgs. 75-97 e

    pg. 15-30. G.P.R. Gabaglia & E.J. Milani (Coordenadores).

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    8.1 – Introdução: noções de Tectônica de placas

    Integrou as teorias sobre “deriva continental” e “espalhamento de fundo oceânico”,

    sismicidade, geomagnetismo.

      Tectônica global

    Diversas placas litosféricas, com espessura de 70 km nos oceanos e 150 km nos

    continentes. Dimensões variáveis: 104 a 108 km2.

    7 maiores placas → Americana, Africana, Antártica, Índica, Euroasiática, Pacífica.

      3 tipos de margensA) Margem construtiva DORSAL OCEÂNICA

    (divergente) (acresção) RIFT CONTINENTAL→ margemcontinental passiva. 

    B) Margem destrutiva ZONA DE SUBDUCÇÃO Tipo Andino(convergente) Tipo Arco de Ilhas

    (consumo litosfera)COLISÃO CONTINENTAL

    C) Margem conservativa Falhas transformantes(nem geração nemconsumo de litosfera)

    Premissas → espalhamento do fundo oceânico nas dorsais; Terra possuisuperfície constante; taxas de geração são as mesmas deconsumo litosférico

      Mecanismo motor → correntes de convecção.

    Limbo ascendenteFusão parcial, < dLimbo descendenteTemperatura baixa,rigidez aumenta, > d 

    A lava sob pressão nas dorsais meso-oceânicas EMPURRA a placa, assim como o

    afundamento da litosfera fria e densa PUXA a outra extremidade da placa tectônica.

    Modelo empurra → puxa.

    Litosfera→ baixa temperatura, alta viscosidade, não participa da convecção.

    Astenosfera → baixa viscosidade: comporta-se como fluido quando submetido

    a longos esforços.

    Camada que vai gerar magma por fusão parcial.

    LEIA MAIS: 1. Sgarbi, G.N.C.,2007. A dinâmica terrestre e as rochas. In: Petrografia Macroscópica das

    Rochas Igneas, Sedimentares e Metamórficas. Sgarbi, G.N.C (Organizador). Editora daUFMG, pg. 11-54. 

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    8.2 – Classificação de bacias sedimentares: bacias divergentes, convergentes ebacias cratOnicas (intraplaca).

    8.2.1 – Bacias Divergentes

    Bacias tipo rift: esforços extensionais intraplaca ao longo de zonas de fraqueza crustal.

    Afinamento litosférico. Falhas de gravidade lístricas, com geração de grabens. Fortesubsidência mecânica e elevada espessura dos sedimentos (3 a 10 km). Leques aluviais,

    sistema fluvial (sedimentos continentais na base). Transgressão no topo, com sedimentos

    de ambiente marinho raso. Vulcanismo alcalino.

    Depósitos minerais → paleoplacer (Au, D), fosfato, calcário, evaporitos, Fe-Mn.

    Sulfetos de Cu – Pb – Zn em folhelhos com matéria orgânica (exalações de salmouras

    metalíferas tipo Mar Vermelho).

    Pb – Zn – F – Ba (Tipo Mississipi Valley) em calcários.

    Bacia de margem continental tipo Atlântico ou margem passiva

    Representa a evolução de um rift, com geração de crosta oceânica. A subsidência é

    dominada por mecanismos termais, com exponencial diminuição. A sedimentação é

    deltáica, marinho raso e profundo (turbiditos). Podem ocorrer falhas de crescimento em

    deltas, deslizamentos junto ao talude, tectônica de domos de sal (Golfo do México) e

    plataforma carbonática (tipo Bahamas).

    Depósitos minerais - evaporitos, argilas negras metalíferas, fosfato (U), Pb – Zn em

    carbonatos, carvão, petróleo.

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    8.2.2 – Bacias Convergentes

    São relacionadas a arcos magmáticos e zonas de subducção.Tipos:

    Andino (Cordilheirano) Arcos de Ilhas e Bacia Marginal (Mar do Japão)

      Fossa → calha com 8 a 11 km de profundidade, preenchida com sedimentosderivados do arco (turbiditos) e sedimentos pelágicos da crosta oceânica. Sãodeformados (complexos de subducção) commélanges, ofiolitos e cinturões metamórficos pares.

      Bacia na frente do arco (fore arc basin) → apresenta, na base, sedimentos deambiente marinho profundo (leque submarino) e, no topo, sedimentos de ambientemarinho raso ou não marinho (delta).Espessura: 6 a 15 km → possui alto gradiente geotermal.Sulfeto maciço vulcanogênico (tipo Bessi e Kuroho); sulfetos sedimentarexalativo; Mn vulcanogênico.

      Arco magmático → vulcanismo andesítico – riolítico cálcio-alcalinodevido a fusão parcial da placa em subducção.

      Bacia atrás do arco (back arc basin) ou bacia marginal → ocorre sobre crostacontinental ou oceânica, sendo extensional. Sedimentos de ambiente marinhoprofundo, exceto nas margens (leque submarino com detritos vulcânicos) e argilas

    pelágicas. Falhas normais com sedimentação diferencial lateral.Sulfetos sedimentar – exalativo e vulcanogênicos (tipo Chipre); Fe - Mnvulcanogênico.

      Bacia de retroarco (foreland) → o peso das escamas tectônicas flexiona a litosfera,sendo melhor desenvolvida em colisão entre dois continentes (subducção A). Épreenchida com sedimentos derivados das montanhas (molassa): clásticoscontinentais passando a marinho raso ou deltáico com tectonismo sindeposicional ediscordâncias internas. Situa-se entre a faixa móvel e o cráton, com embasamentocontinental.Urânio em arenitosCu – Pb – Zn em arenitos e folhelhos.

    8.2.3 – Bacias Cratônicas (intraplaca) → ovais ou circulares, com espessura de 3 a 4km, geralmente sem fase de rifteamento. A subsidência está relacionada a umdesequilíbrio térmico do manto, com densificação da litosfera e subsidência. O padrãosedimentar está relacionado a variações do nível do mar (transgressões e regressões).Predominam sistemas siliciclásticos e carbonáticos, com estruturas dominadas por ondase marés. Altos estruturais formam sub-bacias.Fosfatos, evaporitos, carvão, urânio, ironstone, calcário, petróleo, gás.

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    09. TRANSPORTE E ESTRUTURAS SEDIMENTARES

    1 – Forças que atuam sobre os grãos sedimentares:

    E

    E = empuxoC - coesão entre partículas

    (atração eletrostática)

    A - força ascendente  (fluxo turbulento)

    T - força tangencial(movimento do fluido

    P

    P = peso/gravidade  - volume, densidade

    C TA

     

    2 – Comportamento de sólidos granulares em fluidos 

    Mecânica/hidráulica

    Equação de Reynolds

    Baixo Re Fluxo laminar

    Alto Re Fluxo turbolentoFluxo laminar  – as partículas de fluido movem-se em trajetórias retilíneas e paralelas,deslizando uma sobre as outras.

    Fluxo turbulento  – quando a velocidade aumenta ou a camada torna-se rugosa, astrajetórias de fluxo curvam-se formando redemoinhos.

    Fluxo laminar Fluxo turbulento

    Geraleitoplano

    Escava o leito

    gera marca onduladae mega ondulação

     

    Nº de Froude dinâmica dos fluidos

    Noção de regime de fluxo superior Fr > 1inferior

    Quando as forças atuamindividualmente sobre osgrãos livres ocorre aseparação de grãosdurante o transporte

    Fluxo fluido(baixa viscosidade)

    densidadegranulometriaforma

    Quando a força peso age

    sobre a massa dos grãos(grãos muito próximos comalta coesão e fricção)

    Fluxo denso/gravitacional

    (alta viscosidade)Alta concentração de argila/areiano fluido

    Re = V.d.pv 

    Re = nº de ReynoldsV = velocidade da partículad = diâmetrop = densidadev = viscosidade do fluido 

    2000

    Fr = V_ iii (g.L)

    Fr = nº de roudeV = velocidade da partículag = aceleração da gravidadeL = força de inércia D = prof. do canal

    Forma deleito

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    3 – Força de arraste de um fluido 

    Depende das relações entre velocidade e viscosidade do fluxo e a granulometria e

    inércia do sólido.

    Velocidade crítica para que uma partícula inicie o movimento.

    -  Quando o substrato (fundo) é constituído de material arenoso (sem coesão) a

    velocidade crítica aumenta com a granulometria.

    -  Quando o fundo é argiloso (coesivo) necessita-se de maior velocidade crítica 

    efeito Hjulström.

    Argila/silte possuem maior

    coesão, devido a forças

    intergranulares.

    Assim, é necessário maior

    velocidade inicial para arrancar a

    partícula argilosa.Depois de colocado em

    movimento necessita-se de

    menor velocidade para manter a

    partícula em transporte, até

    ocorrer a deposição.

    4 – Regime de fluxo e formas de leito

    Os princípios básicos de sedimentação por correntes de tração estão ligados a

    experiências em canais artificiais confinados. A água corre sobre um leito granular,representando uma carga de fundo transportada pelo rio. Modificando a velocidade do

    fluxo surgem configurações diferentes no leito granular  gerando diferentes formas de

    leito.

    Regime defluxo

    superiorFr > 1

    Aumentovelociadedo fluxo

     Leito plano com

    lineação longitudinalde corrente (partição)

     Antidunas

    (ondulaçõessinusoidais)

    ---------------------------- fase de transição   desgaste

    Regime defluxo inferior

    Fr < 1

    Aumentovelociade

    dacorrente

     

    Microondulaçõesareia < 0,6mm cristas

    paralelas atédescontínua

     

    Macroondulaçõesareia > 0,6mm

    sand wavesdunas

    subaquáticas

    Variáveis granulometria

    profundidade – aumento na prof. exige aumento na velocidade

    velocidade / viscosidade (fluido)

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    Relação entre forma de leito e estrutura sedimentar

    Regime defluxo inferior

      Rugosidade nasformas de leito

      Marcas onduladas eestratificações cruzadas

    Regime defluxo superior

     Leito plano com

    intenso movimentodos grãos

     Estratificação planaLineação de partição

    Antidunas

    Regimes de fluxoe formas de leito

    Estruturassedimentares

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    5 – Tipos de transporte sedimentar mecânico

    5.1 – Fluxo Fluido (baixa viscosidade)

    - Água – correntes fluviais, marés, ondas

    - Ar (vento).

    Transporte de grãos livres  ocorre separação granulométrica

    ArrasteSaltaçãoRolamento

    Suspensão

    Leito  

    arraste / rolamento  carga de tração

    Energia de transporte  granulometria

    Granulometria fixa  tração – transporte de baixa energia.

    saltação/suspenção – transporte de alta energia de fluxo.

    Suspenção leito plano Estratificação plana

    Tração

    Saltação (comp. Tangencial leito ondulado gera marca

    da queda de grãos)  ondulada assimétrica . 

    Regime de fluxo inferior  marca onduladaestratificação cruzada

    Regime de fluxo superior  estratificação plana

    unidirecionalbidirecional

    Separaçãode grãos

    DensidadeGranulometria

    Forma

    Fina  suspençãoIntermed. saltaçãoGrossa  tração

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    5.2 – Fluxo Gravitacional (alta viscosidade)

    A força peso age sobre o conjunto de grãos (alta coesão), mistura argila / areia no

    fluido.

    Viscosidade elevada / associados a declives íngremes.

    Tipos: 

    1 – Escorregamentos / deslizamento:  material denso que se desloca pelodeclive como em bloco + ou –homogêneo.

    2 – Fluxo de detritos / lama, fluxolaminar, empuxo da matriz argilosadepositada por congelamento coesivo: 

    paraconglomerado (diamictito) eortoconglomerado.

    3 – Corrente de turbidez, fluxoturbulento (cascalho, areia, silte, argila)geram turbiditos com seqüência ideal deBouma (1962): 

    argilitosiltito com laminaçãoarenito com ripplesarenito com estratificação planaarenito com estrat. gradacional e

    marcas de sola.

    Evolução de um fluxo gravitacional de sedimentos e atuação do fluxo intersticial. Modificado deWright & Anderson, 1982.

    LEIA MAIS:1. Geologia Sedimentar, cap. 3, pg. 30 a 37 e cap. 8, pg. 221 a 226.

    seixo, bloco,areia, argila

    areia, silte,argila

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    2C – Ondulações (ripples) - Ondulações de pequeno porte devido a ação de água

    (corrente, onda) e vento, sobre sedimento não coesivo.

    2D – Estratificação gradacional - Ocorre um decréscimo/diminuição do tamanho de grão

    da base para o topo da camada. Formada por corrente de turbidez (fluxo

    gravitacional).

    2E – Estrutura maciça – camada que não apresenta estrutura interna.

    2F – Estratificação flaser, lenticular, wavy – ondulações areno-siltosas com deposição deargila e laminações cruzadas.

    2G – Gretas de contração e pingos de chuva – exposição subaérea de camada argilosa

    causando fendas de ressecamento. Pequenas impressões causadas por pingos de

    chuva.

    MARCAS DE SOLA

    λ = comp. de ondaa = amplitudea

    TurboglifosResultado

    finalMarcas de objetosSulcos

    Contramolde

    Molde

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    ESTRATIFICAÇÃO E LAMINAÇÃO CRUZADA

    Formação de mega ripple

    Duna   – ondulações de cristacurva geram estrat. cruzadaacanalada.

    Sand wave   – ondulação decrista reta gera estrat. cruzadatabular

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    N.M. N.M.

    Formação de brecha intraformacional

    Folhelho(argila)

    erosão brecha

     

    Formaçãoda estrutura

    Areia

    Argila

    Greta de Contração

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    10.3 – Estruturas pós-deposicionais 

    3A  – Escorregamentos e deslizamentos (slumps, slides). Falhamentos sinsedimentares

    provocam escorregamentos e deslizamentos de sedimentos recém-depositados,

    com formação de brechas e camadas contorcidas.

    3B – Camadas convolutas – são estruturas de deformação plástica, com dobras

    atectônicas devido à compactação. Estrutura de carga e psedonódulos ocorrem na

    interface areia/lama, com projeções da areia mole, devido a compactação.

    Estruturas de escape de fluidos são dish (prato) e pilar.

    3C – Diques de arenito (diques clásticos) – são projeções verticais de areia penetrando em

    camadas superiores/inferiores. São formados por preenchimento ou injeção.

    3D – Brecha intraformacional – durante a compactação, algumas camadas são afinadas e

    rompidas com os fragmentos originando brechas sedimentares. Erosão e

    sedimentação rápida também gera brecha intraformacional (ver desenho).

    3E – Estruturas biogênicas (bioturbações) – feições produzidas pela atividade em vidasdos animais nos sedimentos moles ou na superfície das camadas (pistas, tubos,

    perfurações). Icnologia ou traços fósseis.

    3F – Estruturas sedimentares químicas – são resultado da diagênese:  concreções,

    nódulos, estilolitos, cone em cone e septárias.

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    LEIA MAIS:1. Geologia Sedimentar, cap. 6, pg. 126-160.2. Collinson & Thompson (1984) Sedimentary structures, 194 p.3. Tucker, M. (1985) The field description of sedimentary rocks. 112 p. 4. Sgarbi, G.N.C, 2007. Rochas Sedimentares. In: Petrografia macroscópica das rochas

    ígneas, sedimentares e metamórficas. Sgarbi, G.N.C (Organizador). Editora da UFMG,pg.273-446.

    ESTILÓLITO

    Estrutura dedissolução(calcários)

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    11. GEOMETRIA E MUDANÇA LATERAL DE FÁCIES EM DEPÓSITOS SEDIMENTARES. NOÇÃO DE FÁCIES.

    1 – Fácies: Conjunto de estratos/camadas com características semelhantes (litologia,

    textura, estruturas sedimentares, granulometria, espessura, paleocorrentes, conteúdo

    fossilífero).

    Fácies sedimentar produto da atuação de processos físicos, químicos biológicos no

    ambiente sedimentar.

    As Fácies mudam lateralmente e verticalmente numa sucessão sedimentar, a partir

    da mudança de um, de vários ou de todos os parâmetros definidores da fácies.

    Exemplos:

    1)

    2)

    2 – Variação lateral de Fácies

    Ocorre em dezenas / centenas de metros até

    quilômetros e refletem mudança no ambiente

    de sedimentação.

    3 – Geometria de depósitos sedimentares

    •  Tabular ou lençol – camadas extensas, contínuas; 

    •  Lenticular / em cunha – camadas descontínuas; 

    •  Pod / em cone ou leque – corpo confinado; •  Cordão alongado – comprimento bem maior que a

    largura.

    Camadas iguais em espessuraLateralmente uniformes2 fácies arenito  folhelho

    Camadas desiguais em espessuraLateralmente variáveis, descontínuas5 fácies Arenito

    FolhelhoArenito conglomerático

    CalcárioConglomerado

    Arenito Conglomerado

    Calcário Marga Folhelho

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    4 – Mobilidade de fácies no registro sedimentar: a Lei de Walther (1894)

    “Todas as fácies que ocorrem lateralmente, associam-se na vertical”.

    “Fácies que ocorrem em uma seqüência vertical concordante, sem quebras na

    sedimentação, foram formadas em ambientes lateralmente, geograficamente, adjacentes”.

    SEDIMENTAÇÃO FLUVIAL

    Seqüência “finnig-up” produzida por migração

    lateral da corrente fluvial meandrante.

    Na base temos fácies de canal (conglomerado), na

    parte média temos fácies de barra em pontal

    (arenitos) e no topo, argilitos/siltitos da planície de

    inundação.

    SEDIMENTAÇÃO DELTAICA

    Seqüência “coarsening-up” produzida por

    progradação deltaica.

    Sedimento marinho (base) e arenito de frente

    deltaica no topo.

    SEDIMENTAÇÃO MARINHA

    Seqüência “coarsening-up” resultante da

    progradação da linha de praia. Sedimentação

    regressiva.

    Sedimento marinho (base), arenito de praia e

    arenito eólico (topo).

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    12 . AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO E FÁCIES SEDIMENTARES

    Ambientes de sedimentação constitui uma entidade geográfica natural onde ocorre

    acumulação de sedimento.

    Consistem em porções da crosta / superfície da Terra com propriedades físicas,

    química e biológicas bem definidas e diferentes das propriedades apresentadas em áreas

    adjacentes.

    Metodologia para análise e estudo de rochas sedimentares

    Faz-se uma cuidadosa descrição das diversas fácies sedimentares (geometria,

    litologia, estruturas sedimentares, padrão de paleocorrentes, fósseis) relacionando-as à

    processos, antes de definir um eventual ambiente de sedimentação. Construção de perfil

    gráfico-sedimentar com identificação de fácies sedimentares.

    Classificação dos ambientes sedimentares

    1- Continentais Leque aluvial;Fluvial (entrelaçado e meandrante);Desértico (eólico);Lacustre;Glacial;

    2- Transicionais Amb. Deltáico (deltas);Amb. lagunar / litorâneo (praia ou planicie de maré);

    3- Marinho Raso (plataformal);Profundo (leque submarino);

    4- Amb. deposicionais de carbonatos: Litorâneo a marinho raso/plataformal.

    LEIA MAIS:1. Decifrando a Terra, capítulos 10, 11, 12 e 13. 2. Para Entender a Terra, capítulos 8, 14, 15, 16 e 17.3. Geologia Sedimetar, cap. 8, pg. 205-288.4. Fácies Models. 454 p.5. Reinech & Singh, 1980. Depositional Sedimentary environments.6. Readind (1984) Sedimentary environments ans fácies.

    •  Parâmetros físicos: velocidade, direção, profundidade da água;

    velocidade, direção do vento;

    •  Parâmetros químicos: salinidade, pH, Eh, temperatura;

    •  Parâmetros biológicos: Fauna, flora.

    PROCESSOS AMBIENTES PRODUTO: FÁCIESSEDIMENTARESFísicos (ação de ondas,marés, vento), químicos

    (Eh, pH, solubilidade) ebiológicos (bactérias).

    Área geográfica“locus” da

    sedimentação.

    São os diversos sedimentos quese depositam silmultaneamente

    em vários ambientes.

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    12.1 – Leque Aluvial

    Feição deposicional em vale/canyons em áreas montanhosas. Cone de sedimentosconglomeráticos.

    Características: Acentuado gradiente topográfico;

    Transporte curto, pobre seleção;

    Clima árido (úmido);

    Fácies proximal (mais grossa – conglomerados, brechas, diamictitos) e

    distal (mais fina - arenitos).

    Processos de transporte: Fluxo de detritos (debris flow);

    Correntes trativas de canal (stream flow);

    Inundação em lençol (sheet flow).

    Depósitos resultantes Diamictito, conglomerados e arenitos.

    Deposição com desconfinamento e

    suavização topográfica

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    Descrição das fácies:

    FáciesGms – diamictito originado por fluxo de detritos. Paraconglomerado com matriz

    argilosa, maciço;Gm – conglomerado suportado pelo clasto, clastos imbricados, desorganizado/

    estratificação incipiente. Pode apresentar localmente estratificaçãocruzada;

    Sh – arenito grosso com estratificação plana.St – arenito grosso / médio com estratificação cruzada acanalada.Fm – pelito maciço;Fl – pelito laminado;C – nódulos carbonáticos (caliche).

    Leque proximal

    Barras longitudinais comortoconglomeradoslenticulares associadosa diamictitos espessos.

    Leque distal

    Camadas tabulares dearenitos com cruzadasacanaladas. Lentes decascalho fino.

    Canyon

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    Tipos de leques aluviais

    Clima seco

    Controle tectônico

    Predomínio de fluxos

    gravitacionais

    Conglomerados

    Clima úmido

    Multilobado

    Vegetação importante

    Arenitos grossos predominamPaleocanais e lagos

    (pântanos)

    pelitos

    LEIA MAIS:1. Geologia Sedimetar, cap. 8, pg. 228-233.2. Fácies Models, cap. 7, pg. 119-142.

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    12.2 – Ambiente Fluvial Rios constituem importantes agentes no transporte de sedimentos para os oceanos,

    mas são também importantes agentes deposicionais nos continentes.

    1 – Subdivisão do ambiente fluvial:

    Morfologia dos canais fluviais variam conforme o clima, a declividade (gradiente

    topográfico), descarga de sedimentos, velocidade de fluxo, largura e profundidade do

    canal.

    Quatro padrões de canal fluvial: reto, entrelaçado, meandrante, anastomosado.

    2 – Mecanismos da deposição fluvial

    a) Sedimentos acumulados a partir da carga de tração, constituindo barras em pontal,

    em canal e ilhas fluviais.

    b) Sedimentos resultantes da acresção vertical, a partir da carga de suspensão, que

    constrói depósitos de transbordamento, diques marginais e planície de inundação.

    Acresção lateral: migração da barra em rios

    meandrantes.

    Acresção vertical: pelitos na planície de

    inundação durante enchentefluvial.

    Dois tipos de canais fluviais são fundamentais:

    1 – Entrelaçado: alta energia, com vários canais e barras arenosas;

    2 – Meandrante: baixa energia, sinuosidade importante, com canal fluvial simples, lagos-

    meandros abandonados e planície de inundação.

    Cheia

    Dique

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    3 – Principais características e fácies dos ambientes

    fluviais entrelaçados e meandrantes.

    Sistema fluvial entrelaçado

    - predomínio de carga de fundo de granulação grossa;

    - razão largura profundidade de canal > 40 ou >300;

    - declividade média-alta (> 5º);

    - variabilidade de descarga e erosão nas margens;

    - formação de barras que obstruem a corrente e ramificam-na (longitudinais e tranversais);

    - formação de ortoconglomerados maciços ou estratificados (com clastos imbricados) e

    arenitos com estratificações cruzadas em ciclos granodecrescentes.

    Fácies

    D – Arenitos com cruzadas acanaladas

    Pelitos (5%)

    BT – Arenitos com cruzadas tabulares/acanaladas

    BL – Conglomerados: seixo  grânulo

    1

    1

    2

    23

    1- Barra longitudinal2- Barra transversal3- Dunas subaquáticas

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    Sistema fluvial meandrante

    - canais com alta sinuosidade;

    - razão largura/profundidade do canal < 40;

    - predomina transporte de carga em suspensão;

    - migração lateral dos canais ocorre através da erosão progressiva das margens côncavas

    e sedimentação nas convexas;

    - formam-se barras em pontal com superfície de acresção lateral, planícies de inundação,

    depósitos de canal (lag), dique marginal, depósito de rompimento do dique, meandros

    abandonados.

    - principais fácies:

    o  ortoconglomerados do canal fluvial;

    o  arenitos grossos/médios com estratificação cruzada acanalada e tabular, marcas

    onduladas assimétricas (variação regime de fluxo) nas barras;

    o  pelitos laminados com raízes (turfa / carvão) com bioturbação e gretas de contraçãode meandro/planície de inundação;

    o  brecha intraformacional, areia e silte com laminações cruzadas e argila devido a

    depósitos de rompimento de diques marginais (crevasse splay);

    Canal simples 

    Perfil equilibrado

    Perfil assimétrico

    1 - Canal simples

    2 - Barra em pontal (areia)

    3 - Crevasse splay (rompimento

    do dique marginal)

    Planície de inundação com

    pelitos (folhelhos / siltito).

    4 – Dique marginal

    5 - Depósito de canal fluvial (cascalho) 

    A

    A

    C

     C

    BB

    D

     D

    4

    1

    2

    35

    Erosão

    Deposição

    Barra em pontal

    FáciesArenitos com cruzadas

    Pelitos (30 a 50%) comgretas de contração erestos vegetais

    Arenitos com cruzadas

    Conglomerado

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      62

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      63

    Fluvial entrelaçado

    Fluvial meandrante

    LEIA MAIS:1. Para Entender a Terra, cap. 14, pg. 341-363.2. Suguio (2003) Geologia Sedimentar, cap. 8, pg. 220-238.3. Fácies Models, cap. 7, pg. 119-142.4. Riccomini & Coimbra, 1993. Sedimentação em rios entrelaçados e anastomosados. Bol. IG-

    USP, Série Didática.5. Assine (2004) Geologia do Continente Sul-Americano, cap. 4, pg. 61-76.

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    Turbulência

    12.3 – Ambiente Desértico (eólico) 

    Atividade eólica – erosão transporte, deposição pelo vento.

    Vento – diferenças de temperatura (densidade) de massas de ar, devido a maior ou menor

    incidência de energia solar sobre a Terra. As massas de ar fluem de zonas de alta

    pressão (tendência descendente) para as de baixa pressão.

    Velocidade (Km/h) Φ partícula movimentadaVento suave 11 – 17 0,25 mm (areia fina)Vento forte 30 – 40 1,00 mm (areia grossa)

    Furacão 60 – 150 30 mm (seixo)

    Tipos de desertos Quente (clima árido) Saara, Gobi, Arábia,EUA, Austrália

    Frio (árido glacial) Antártida, Groelândia,Atacama (Chile)

    Desertos – caracterizam-se por pequena taxa de precipitação pluviométrica, grande

    variação de temperatura, predomínio de evaporação, intemperismo físico, escassa

    vegetação e ação do vento.

    . Hamada – leque aluvial em forma de cone, nas montanhas. Conglomerados earenitos imaturos.

    . Wadi – rios efêmeros, produzidos por enxurradas. Arenitos conglomeráticos comcruzadas.

    . Playa – lagos efêmeros com arenitos, siltitos, folhelhos, evaporitos (gipsita, anidrita,cloretos).

    . Depósitos de areia (sand sea) – várias morfologias, predominando as dunas e oslençóis de areia.

    Mecanismos de transporte e sedimentação eólica

    - Transporte de poeira (< 0,125mm – areia fina, silte, argila). Fluxo turbulento mantém a

    poeira em suspensão.

    - Transporte de areia grossa a fina (2 a 0,125mm) saltação

    Ação do vento

    - erosão eólica: formação de ventifactos (seixos com duas ou mais faces planas e polidas

    pela abrasão eólica).

    Formação de dunas: acumulação assimétrica, com centenas de metros de altura e

    quilômetros de comprimento, de grãos de areia seca.

    Fluxo de grãos – avalanche de areia secaBarlavento Sotavento (20 a 35º)

    (~10º)  Duna estacionária ou migratória

    Hamada Lequealuvial Wadi 

    Riosefêmeros

    Playa Dunas - sand sea Erg 

    Loes (silte)

    Sabka

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    Tipos de duna (“Sand sea”)

    1- Transversais – perpendicular ao fluxo. 

    2- Barcana – forma de meia-lua, com as

    extremidades no sentido do vento.

    3- Parabólica – forma de U, com as extremidades contrárias ao vento.

    4- Estrela – combinação entre transversal e longitudinal.

    5- Longitudinal (seif) - ± paralela ao fluxo, com vento biderecional.

    Características dos sedimentos eólicos

    . Sedimentos monominerálicos, geralmente quartzo-arenitos bem selecionados;

    . Estratificação cruzada de grande porte;

    . Sedimentos geralmente vermelhos-rosados, com película de óxido de ferro sobre os

    grãos de quartzo;. Poucas classes granulométricas, sedimento maturo;

    . Tamanho de grão varia de areia fina a grossa (bimodal). Mica usualmente ausente;

    . Grãos com polimento fosco, morfologia arredondada e alta esfericidade (alto impacto

    entre os grãos).

    Principais fácies do ambiente eólico

    DunaSeco – areia com estratificação plana

    InterdunaÚmido (oasis) – pelitos c/ gretas, evaporitos, sabka

    Duna

    Wadis (fluvial)

    Estrat. cruz.tabular

    Estrat. cruz.Acanalada

    Principais tiposde dunas eólicas

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    LEIA MAIS:1. Para Entender a Terra,cap. 15, pg. 367-385.

    2. Suguio (2003) GeologiaSedimentar, cap. 8,pg.207-211.

    3. Fácies Models, cap. 8, pg.143-156.

    4. Assine et al. 2004. Geologiado Continente Sul-Americano,cap. 5, pg. 77-94.

    Tipos de dunaseólicasModelo para ambientedesértico

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    12.4 – Ambiente Lacustre Lagos são corpos de água doce/salgada, situados no continente, sem conexão com

    o oceano, onde operam processos físicos (descarga fluvial, ondas, marés), químicos

    (salinidade, Eh, pH) e biológicos (atividade algal).

    Os lagos são influenciados pelos seguintes fatores:

    1- Clima: regula a precipitação/evaporação e tipo de intemperismo.

    Ex: lago glacial, lago em ambiente desértico (playa)

    2- Natureza da área fonte: influi na composição química da água.

    Nos lagos ocorre sedimentação clástica e química. A sedimentação clástica é uma

    auréola de arenitos com folhelhos na parte central. Lagos rasos são dominados por

    sedimentação deltaica. Lagos profundos mostram sedimentação turbidítica.

    A sedimentação química é mais comum em lagos de clima árido, com carbonatos

    (calcita, aragonita, dolomita), sulfatos (anidrita, gipsita), cloretos (halita, silvita) e folhelhos.

    Modelos para sedimentação lacustre

    1. Distribuição esquemática ideal de sedimentos em um lago de região montanhosa,abastecido por vários rios.

    Estratificação da água pelatemperatura

    Fácies Lacustres:

    Arenitos, ritmitos

    Folhelhos

    Calcários, dolomitos

    e evaporitos

    As fácies lacustres são semelhantes as fácies sedimentares depositadas em amb.

    marinho. Entretanto, podem ser diferenciadas pelo conteúdo paleontológico, extensão

    areal e associação com outras fácies continentais (fluviais, eólicas, etc.).

    c/O2

    semO2

    Quente (-densa)

    fria Anóxida

    Rio Lago

    Diagnóstico:

    Associação comfácies fluviais eeólicas

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    2. Tipos de influxo fluvial (superficiais – overflow, no meio – interflow e rente ao fundo –

    underflow) com diferentes densidades.

    Alta descarga fluvial em lagos rasos gera sedimentação deltaica expressiva, com

    fluxo homopicnal (areias de frente deltaica) e hipopicnal (argilas de pró-delta, que

    ficam em suspensão).

    Descarga fluvial de material mais denso que o meio receptor, gera fluxo

    gravitacional no fundo do lago e correntes de turbidez  sedimentação turbidítica.

    Fluxo homo ehipopicnal  delta tipo Gilbert

    Fluxo hiperpicnalgera turbiditolacustre.

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    Tipos de influxo em lagos

    Contraste de densidades

    entre corrente fluvial

    e meio receptor.

    1 – Fluxo hipopicnal  – densidade de descarga fluvial < água do lago. Deposição de

    argila em suspensão e carga grosseira constitui uma barra.

    2 – Fluxo homopicnal   – densidade da corrente = densidade da água do lago.

    Formação de lobos sigmoidais na frente deltaica.

    3 – Fluxo hiperpicnal  – entrada de material mais denso no ambiente lacustre forma

    corrente de turbidez. 

    NL

    Ta

    Tb

    Tc

    Tde

    Turbidito

    Fluxo desacelerante

    Climbingripples

    Rio

    Rio

    Lago

    1

    2

    3

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    Exemplos de sedimentação lacustre

    LEIA MAIS:1. Geologia Sedimentar, cap. 8, pg. 238-246.

    Fm. SalvadorBacia do Recôncavo

    Cretáceo

    Bacia deTaubaté – SP

    Cenozóico

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    12.5 – Sedimentologia Glacial – Ação geológica do gelo 

    Conjunto de feições erosivas, deposicionais e de ambientes (glacio-continentais e

    glacio-marinhos) ligados à ação do gelo.

    Ação das geleiras:  acumulação de neve e compactação por pressão.Tipos:  geleiras de vale, alpina, montanha, altitude

    geleiras continentais, mantos, latitudeCaracterísticas:  regime termal - base seca

    base úmidamudança de fase (avanço e recuo glacial)localização geográfica - polar

    temperada

    Tilito (till) – sedimento mal selecionado, transportado e depositado a partir de geleiras,

    com pouca ou nenhuma seleção por água. Tilito é o equivalente litificado do till.

    Diamictito - paraconglomerado mal selecionado, com grânulos e matacões, dispersos

    numa matriz fina dominante.

    Tilito é um diamictito depositado diretamente pela geleira. Entretanto diamictitos não-

    glaciais, depositados como fluxos de detritos, são importantes constituintes de leques

    aluviais/submarinos.

    Um dos principais PROBLEMAS da sedimentologia glacial é a distinção entreTILITOS X DIAMICTITOS (depositados como fluxos gravitacionais).

    TIPOS DE TILLS

    1. Till de alojamento (lodgement till) – depositado por baixo de uma geleira ativa, pela

    fricção contra o substrato.

    2. Till de ablação (melt out till) – lento derretimento de gelo estagnante.

    Vai ocorrer como um diamictito maciço, preservado sobre o embasamento, amoldando-se

    à paleotopografia, com geometria lenticular, pequena espessura, com planos de

    cisalhamento / fissilidade.

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    Atividade Glacial

    1. Erosão e sedimentação glacio-continental

    1- Formação de estrias e sulcos no embasamento;

    2- Avanço da geleira, arrancando fragmentos de rochas variadas do embasamento;3- Deposição de tilitos e formação de feições como esker, kame, drumlins e morenas;

    4- Degelo, formando depósitos flúvio-glaciais e glacio-lacustres (varvitos). Depósitos

    flúvio-glaciais são sistemas fluviais entrelaçados (conglomerados e arenitos grossos

    com estratificações cruzadas). Varvitos são sedimentos finos, laminados,

    constituídos por siltito e argilito, às vezes com clastos pingados.

    2. Sedimentação glácio-marinha

    Geleiras podem chegar ao mar, forma de geleira aterrada, isto é, arrastando-se sobre

    o substrato ou flutuantes, isto é, como uma plataforma de gelo flutuante.1- Camadas de diamictitos depositados no ambiente glaciomarinho proximal, devido a

    fluxos gravitacionais.

    2- Camadas de diamictitos intercalados em arenitos e ritmitos.

    3- Ritmitos (siltitos e argilitos) depositados longe do gelo, devido a decantação de

    plumas de sedimentos finos, às vezes com clastos pingados de “icebergs”.

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    EskerSedimentos fluvio-glaciais

    em “cordão”

    KameSedimento flúvio-glacial em

    montículos

    DrumlinsColinas elípticas

    Morena

    Material grosso sedimentado

    pelo recuo da geleira

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    COMO DIFERENCIAR TILITO DE DIAMICTITO PRODUZIDO POR FLUXOGRAVITACIONAL SUBAQUOSO?

    NÃO EXISTE CRITÉRIO TEXTURAL CONFIÁVEL.UTILIZA-SE UM CONJUNTO DE CRITÉRIOSBoulton & deynoux, 1981; Dreimanis & Schlüter, 1985; Drewry, 1986; Brodzikowski & VanLoon, 1991; Eyles & Eyles, 1992; Eyles, 1993.

    TILITO.  Associação com pavimentos estriados;

    .  Contato basal discordante;

    .  Diamictito lenticular, com pequena espessura – metros;

    .  Planos de cisalhamento/fissilidade;

    .  Associação com fácies de outwash subaéreo (sistema fluvial, eskers);

    .  Feições microscópicas de cominuição de grãos sedimentares.

    DIAMICTITO .  Presença de estratificação no diamictito;

    .  Associação com pelitos e arenitos turbidíticos;

    .  Presença de clastos de argilitos;

    .  Orientação de clastos paralelo ao fluxo;

    .  Gradação incipiente de clastos;

    .  Estrutura de carga e escape de fluidos;

    .  Associação com pelitos e ritmitos com seixos pingados; e

    .  Espessuras variáveis – dezenas de metros.

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    LEIA MAIS:1. Decifrando a Terra, cap. 11, pg. 216-246.2. Para Entender a Terra, cap. 16, pg. 387-418.3. Suguio (2003) Geologia Sedimentar, pg. 211-220.4. Eyles & Eyles (1994) Fácies Models, cap. 5, pg. 73-100.5. Castro (2004) Glaciações Paleozóicas no Brasil. Geologia do Continente Sul-Americano,

    cap. 9, pg. 151-162.6. Uhlein et al (2004) Glaciação neoproterozóica sobre o Cráton do São Francisco e faixas

    dobradas adjacentes. Geologia do Continente Sul-Americano, cap. 30, pg. 539-553.

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    12.6 – Ambiente Deltaico Delta: 4ª Letra do alfabeto grego (∆) – foz do Rio Nilo

    1 – Conceito

    •  depósito sedimentar subaéreo / subaquoso na transição entre um rio e um corpod’água (lago / mar);

    •  local onde uma corrente fluvial carregada de sedimentos desemboca numa baciareceptora (oceano, baía, lago);

    •  fluxo canalizado de água e sedimento que, ao entrar num corpodesconfinado, se expande e desacelera, depositando a carga sedimentar.

    2 – Fatores que influem nos processos deltaicos

    • regime fluvial;• processos costeiros (ondas, marés);• comportamento tectônico (subsidência);• fatores climáticos.

    3 – Classificação de deltas 

    Configuração da área deltaica (em planta / mapa)

    • lobado; 

    • alongado; • em franja; • em cúspide. 

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    Processos construtivos / destrutivos

    •  Deltas dominados por rios: ocorrem em lagos ou golfos. Ex: Delta do RioMississipi; 

    • Deltas dominados por ondas: frente deltaica com cordões praiais bemdesenvolvidos. Ex: Delta Rio São Francisco; 

    • Deltas dominados por marés (estuários): formam uma série de barras alongadas(barras de marés). Ex: Delta do Rio Amazonas. 

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    Imagens de satélite Landsat mostrando o delta do Rio Nilo no Egito e delta do Rio Fly, Papua Nova Guiné. 

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    Fonte: Suguio, 2003. Geologia Sedimentar.

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    4 – Sedimentação deltaica (subambientes deltaico)

    Planície Deltaica – parte subaérea, com influência fluvial.•  Canais distributários com diques marginais.

    Canais ativos e abandonados, ambiente fluvial meandrante, curso sinuoso.Ciclos “fine up” com areias e pelitos.

    •  Planícies interdistributárias (lagos / pântanos).

    Depósitos de rompimento de diques marginais, pelitos com gretas deressecamento, turfa.

    Frente Deltaica – área frontal de sedimentação deltaica, subaquosa.

    A velocidade da corrente fluvial unidirecional decresce radialmente. Depositam-seareias espessas com estratificação cruzada acanalada, estratificação sigmoidal. Aprogradação gera ciclos com granocrescência e espessamento ascendentes.

    Barra de desembocadura – arenitos grossos c/ estratificações cruzadas.Barra distal – arenito com intercalações pelíticas.

    Migração de barras digitiformes radiais sobre o pró-delta. Elevada taxa desedimentação e a superfície inclinada geram escorregamentos, falhas de

    crescimento e diápiros de argila.

    Pró Delta 

    Sedimentação argilosa com matéria orgânica (folhelho carbonoso) e fauna marinha,depositadas por acresção vertical próximo da desembocadura (foz). Diápiros de lamapodem ocorrer – projeções de argilas pró-deltaicas dentro das barr