querubins a sentença da espada

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Querubins, a sentença da espada é um relato em duas vozes: a da querubim Chaya, enviada a uma vila celta pré-cristã e que não vê no homem um ser especial, mas com um espírito guerreiro que não a deixa fugir de uma batalha, e a de Mary Grace, uma donzela da Inglaterra vitoriana atormentada por visões que não consegue desvendar. Ambas as tramas se desenlaçam por caminhos intrépidos e podem estar mais ligadas do que imaginam. Garota e querubim podem e precisam mudar o mundo em épocas diferentes. Seguindo os mesmos passos por cenários deslumbrantes e segredos cada vez mais profundos, elas o farão querer embarcar nas intrigas palacianas e nas batalhas angelicais.

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Martha Ricas

A SENTENÇA DA ESPADA

São Paulo, 2015

Querubins

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Querubins – a sentença da espadaCopyright © 2015 by Martha Ricas

Copyright © 2015 by Novo Século Editora Ltda.

GERENTE EDITORIAL

Lindsay Gois

EDITORIAL

João Paulo Putini

Nair Ferraz

Rebeca Lacerda

Vitor Donofrio

GERENTE DE AQUISIÇÕES

Renata de Mello do Vale

ASSISTENTE DE AQUISIÇÕES

Acácio Alves

AUXILIAR DE PRODUÇÃO

Luís Pereira

PRODUÇÃO EDITORIAL

SSegovia Editorial

PREPARAÇÃO

Th iago Fraga

DIAGRAMAÇÃO

Abreu’s System

REVISÃO

Fabrícia Carpinelli

Márcio Barbosa

CAPA

Th iago Almeida

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Ricas, Martha

Querubins: a sentença da espada / Martha Ricas. – Barueri, SP: Novo Século 2015.

– (Coleção talentos da literatura brasileira)

1. Ficção brasileira 2. Ficção de fantasia I. Título. II. Série.

15-03478 CDD-869.93

Índice para catálogo sistemático:

1. Ficção de fantasia : Literatura brasileira 869.93

novo século editora ltda.

Alameda Araguaia, 2190 – Bloco A – 11º andar – Conjunto 1111

cep 06455-000 – Alphaville Industrial, Barueri – sp – Brasil

Tel.: (11) 3699-7107 | Fax: (11) 3699-7323

www.novoseculo.com.br | [email protected]

Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfi co da

Língua Portuguesa (1990), em vigor desde 10 de janeiro de 2009.

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Para meus pais. Obrigada por me darem a visão e a espada, sempre.

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Agradecimentos

Quero iniciar agradecendo a Deus, por me conceder a oportunidade

de escrever e compartilhar a história da Chaya e da Mary com todos

os que lerem este livro. Jamais imaginei que iria tão longe. Além da

ajuda celestial, pude contar com verdadeiros “anjos” aqui na terra

que me ajudaram no processo da escrita, quando muitas vezes minha

insegurança me inclinava a desistir ou quando aguardava ansiosa por

uma opinião após terminar um capítulo.

Um deles, foi o primeiro a ler Querubins – A sentença da espada,

meu pai Carlos Ricas. Ele acreditou desde o princípio que aquelas

linhas poderiam resultar em algo bom, positivo ou edifi cante. E, mui-

tas vezes, pensar que ele leria foi o que me motivou a continuar a

escrever. Muito obrigada, pai. Amo você.

Outro parceiro essencial, e que precisou me dividir o tempo in-

teiro com os querubins e com toda esta trama, foi meu marido,

Wellington Ricardo. Seu entusiasmo e suas palavras alegres me le-

varam a acreditar que até minha melancolia poderia fazer alguém

acreditar em um amanhã melhor. Ah, sim, as espadas serão sempre

em sua homenagem. Havah foi somente a primeira, mas você já

sabe disso.

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Não poderia deixar de citar minha irmã, Sarah Ricas, que tam-

bém foi minha beta reader, sempre sincera em suas opiniões, mesmo

quando não entendia muito bem meus devaneios. Valeu irmã, você

faz parte destas páginas.

Agradeço profundamente à Christine M., minha amiga-irmã que,

mesmo com tantas ocupações, sempre arranja um tempinho para dar

apoio e paciência para sua caçula complicada. Obrigada pelas palavras

de orientação, de exortação ou de carinho. Sempre.

Ao querido Anderson Vidal, não tenho palavras para agradecer.

Obrigada por toda ajuda e incentivo. Desejo-lhe muito sucesso e lhe

digo: você ainda vai longe!

Agradeço a toda minha família por estar comigo e por ser a base e

o repertório de grande parte que compõe esta obra.

A todos os amigos que souberam a respeito do projeto e que o

apoiaram, todo o meu afeto e gratidão. Não foi fácil, mas chegamos

até aqui.

Enfi m, aos meus editores e a todos que colaboraram para um so-

nho se tornar papel e ganhar asas, o meu muito obrigada.

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PrólogoPrólogo

Mal podia acreditar que um sentimento, uma emoção, algo inex-

plicável e imensurável fosse recair sobre mim por minhas pró-

prias mãos, fruto de nada mais do que minhas ações e escolhas. Eles

nos ensinaram e nossos olhos contemplavam risonhos e reprovadores

enquanto a humanidade caminhava vítima de suas fraquezas e de seus

vícios. Nunca deixaria que tal estupidez me atingisse. Cuidava deles

por ser minha missão, porém nunca nutri qualquer admiração por

uma criatura tão volátil, impertinente e que insistia em conduzir o

próprio destino rumo à eternidade por uma vereda cega e tortuosa.

Ainda mais repugnante para mim eram os que, mesmo tendo nossa

essência, estando ao nosso lado, o lado mais honrado e o mais glorio-

so, escolheram a revolta e a rebeldia, criando caos e destruição.

Não cabe a nós questionar, fazemos o que tem de ser feito. Não

importa se é bonito ou horripilante. Use suas escolhas e encargos com

sabedoria, o abismo está um passo ao lado, sempre aprendemos.

Já desci às mais baixas e obscuras regiões para travar batalhas, já

eliminei e executei milhares ao longo dos tempos por causa de sua

desobediência, já adquiri diversas e variadas formas para concluir mi-

nhas ordens. Mas nada no decorrer de minha existência teria qual-

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quer similaridade com o que encontraria naquele lugar, naquele tem-

po, naqueles em quem tinha de fazer valer a justiça. A justiça é o meu

código, é o que sou, é minha razão de existir. Entretanto, não sei mais

como fazê-la sem que lágrimas em chamas queimem meus olhos e

coração. Porque, sim, eu tenho um, e ele sangra agora mesmo.

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Conheça seu inimigo, una seus aliados

Céu, regiões angelicais

Estava na câmara de cura, em estado letárgico, em uma plenitude

que jamais se encontra em nenhum outro lugar senão no Céu e

nas câmaras destinadas à restauração dos querubins. A última batalha

não havia sido fácil, então sabia que a maioria de meu esquadrão es-

taria ali também. Quando estou aqui, difi cilmente tenho vontade de

sair, não que alguém saiba disso. Nós fomos feitos para a guerra, não

para a contemplação espiritual. Entretanto, sinto um grande alívio e

paz enquanto repouso e sinto minhas feridas sararem pela Graça.

Mas é claro que o momento de sair chega logo. Estamos em

guerra, afi nal. Até os últimos dias da humanidade, seremos exaus-

tivamente necessários; embora, agora que o fi m dos tempos dos ho-

mens se aproxima, nosso trabalho tenha fi cado ainda mais limitado

e difícil. Não reclamo, pois sabíamos que seria assim. Só queria que

acabasse logo.

A voz do comandante ecoou em minha mente e senti minhas asas

vibrarem, despertando em alerta antes mesmo de meus olhos se abri-

rem. Lentamente, fui alongando o resto do corpo para atender ao

chamado. Uma parte de mim sentia a adrenalina de receber um cha-

mado em breve, mas a outra queria apenas fi car e sentir a harmonia

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e paz do nosso lar. Para ter um lar, é preciso lutar por ele, mesmo já

tendo a garantia da vitória. Sempre ouço os preceitos aprendidos na

aurora angelical de minha criação, não importa a hora. Faz parte do

que compõe muito do meu caráter e do que torna mais fácil tomar as

decisões certas em meio a tempos incertos.

Agora eu acordara de fato. Peguei minha espada querubim Havah,

meu arco e aljava e segui para o Salão Avighdor, preparando minha

mente com cânticos e meu corpo, que resplandecia com a força vinda

de Deus. É emocionante e um grande privilégio adentrar o Salão, o

qual possui paredes douradas que ofuscam até o anjo de mais alto

escalão quando nos rejubilamos. A enorme mesa central é ocupada

pelos comandantes que recebem as ordens para nos orientarem e de-

signarem quando descemos na terra ou outro plano espiritual quan-

do se faz necessário. Revi muitos rostos amigos, mas todos pareciam

tensos e preocupados de alguma forma. Senti que estava deixando

passar algo, mas não poderia jamais me pronunciar sem receber um

chamado, então teria que saciar a curiosidade depois.

Foi quando surpreendentemente recebi um chamado. Pensei ter

ouvido errado pela distração ou ainda por algum resquício de torpor

da restauração. Porém, novamente chamaram meu nome, desta vez

com mais veemência: Chaya! Com temor e tremor, dei um passo à

frente apresentando-me ao comando.

Era a primeira vez que havia sido convocada em uma reunião de

estratégia. A mesa oval onde os comandantes debruçavam-se conti-

nha toda a maravilha da Criação em si. Quando se olhava para ela, era

possível vislumbrar a terra, o Céu, o inferno e as demais regiões espi-

rituais, conforme a necessidade. No momento em que me aproximei,

vi apenas um vislumbre de nuvens espiralando, como em um início

de uma enorme tempestade. A terra, então, pensei. A perplexidade e

alegria misturadas em meu peito naquele momento não permitiram

que minhas preferências de batalha interferissem de imediato.

Vi que a voz que me chamara era de Uriel, o querubim mais de-

dicado aos assuntos dos homens que já poderia ter existido. Talvez,

então, alguma confusão tenha transparecido em meu rosto. Por que

havia sido ele a me chamar e por que eu?

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– Chaya, está familiarizada com a última missão enviada para a

terra, na Bretanha? Como pode ver, a atividade demoníaca está per-

turbando o Céu Inferior. Quando acha que pode guarnecer-se dos

seus armamentos e apresentar-se? – Sua voz era suave, porém poderia

facilmente ser confundida com trovões cortando o fi rmamento.

– Perdão, sinto muito, mas estava em recuperação ainda há pou-

co, senhor. Qual é a missão que mencionou? – Eu ainda lutava con-

tra meu corpo que não despertara por completo, e isso me irritava,

pois aquela era a oportunidade que aguardara por toda a minha

existência.

– Mencionei, Chaya? Até quando pretende manter-se ignorante a

respeito do que não lhe agrada? Apenas porque não aprecia servir na

terra, não signifi ca que deva fi ngir que ela não existe e, principalmen-

te, que não tem importância para nós.

– Mais uma vez peço perdão, senhor. – Embora não fosse minha

intenção ou aquele pensamento não tivesse me ocorrido naquele mo-

mento, o general me conhecia muito bem. Motivo pelo qual havia

demorado tanto para me enviar à terra e pelo qual se preocupava

agora. Eu não apreciava a raça humana e suas recorrentes falhas em

seguir os preceitos divinos.

– Chaya estava muito ferida pela última batalha, Uriel. Tenha

compaixão. Apenas lhe dê suas diretrizes. Sabe que ela jamais ques-

tionou nossa autoridade antes – falou Ariel, o guerreiro da espada em

chamas, aquele a quem mais admirava dentre todos os superiores a

mim. Todos diziam que tínhamos muitas semelhanças. Assim como

eu, ele era um anjo fl amejante. Mesmo seus cabelos pareciam estar

em chamas constantemente. Sua espada era letal. No entanto, por

alguma razão, ele decidiu apaziguar Uriel a meu favor.

– Sei disso, mas ainda receio pelo que faremos a ela enviando-a

para uma missão desta estirpe – respondeu com mansidão Uriel, mas

de imediato voltou-se para mim. – Então, não sabia sobre a Bretanha?

Bem, é uma região de difícil proteção desde a Criação. A existência

de legalidades e acordos demoníacos desde a Aurora dos homens tor-

na qualquer missão redobrada em perigo e brutalidade, infelizmente.

Nos últimos tempos, os adversários têm trabalhado em uma aldeia

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chamada Kernev, para submeter os líderes humanos a um acordo de

sangue.

– Sim, ocorrências desse tipo são comuns há muito, senhor – res-

pondi, tentando não parecer ignorante perante meu superior.

– Exato. Entretanto, desta vez, não poderemos agir abertamente e

chamá-los à batalha direta, Chaya. Precisaremos de anjos infi ltrados.

– A voz dele, surpreendentemente, falhou. – Precisaremos de uma

inserção. E é vontade divina que seja você a fazê-la.

– Desculpe, vontade divina? Não fui convocada pelo Conselho

de Guerra? – Mal podia acreditar que havia sido alvo de atenção da

vontade divina como indivíduo. Já havia comandado esquadrões in-

teiros em guerras, mas como parte de um todo. Jamais imaginara que

a vontade divina pudesse deliberar sobre mim como querubim, sobre

minhas qualidades e faltas para um trabalho de longo tempo. Eu já

derramara muito sangue adversário, porém nunca, nunca tinha feito

uma inserção, muito menos na terra.

– Não, não fomos nós que a escolhemos para a missão que apre-

sentaremos agora, Chaya. E não escondo de você que me preocupo,

mas confi o na Vontade. Sei que nunca erra, portanto ouça bem.

E ali se iniciou o que seria uma longa jornada de sangue, lágrimas,

espadas e descobrimentos.

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